quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A marginalização dos usuários do crack

O post "O abandono social e o crack" é muito bom, temos muito o que destacar, me chamou a atenção, mais uma vez, que ficar somente na internet não nos leva a compreender o quadro nem acabar com o preconceito, isso ficou evidente quando o entrevistado revelou se deparar com a realidade da garota que usa o crack para suportar a rua, o prostituir-se com adultos.
Também interesses por parte de grupos de direita  em desconstruir a luta e o discurso antimanicomiais que, é claro, são contra a medicina e farmacologia mercenárias
E também quanto ao "crack" ser barato. Na verdade é um barato que sai caro. Dias atrás ao conversar com um "usuário anti-social', o mesmo me disse que termina ficando caro porque a droga tem que ser usada várias vezes. Da primeira vez, disse-me ele, o 'noiado' leva 10 reais, quando acaba a grana leva a própria camisa, depois a calça
Disse ele "por isso estou maltrapilho como você". E mendou: sou jornalista e locutor. Faço várias vozes (isso é verdade, ele demonstrou para mim). Você acha que é fácil para mim entrar no ônibus, vê todo mundo bem arrumado, perfurmado, indo para o trabalho com suas pastas e eu exalando droga pelos poros?
A droga fede, disse-me ele, concluindo que gostaria de ficar apenas na "lirica" (grupos de pessoas usando o crack) mas sem usar, somente observando. Mas não consigo. Ao nos despedirmos ele me disse que nunca havia roubado para sustentar o vício, que trabalhava prá isso, que faz serviço braçal, às vezes ganha 10 reais por dia, vi que as mãos dele eram grossas, e pediu que eu lhe indicasse para algum trabalho.
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